Muito já discuti sobre isto. E a partir de hoje, tudo muda. És a favor da pena de morte? perguntaram-me amiúdas vezes. E a minha resposta chocava a generalidade dos presentes: Qual? A praticada nos Estados Unidos? A que não garante que inocentes morram por erro de justiça? Não, não sou a favor. Mas defendo a morte dos que reiteradamente ameaçam a vida de outros. Nas prisões só enchem, custam dinheiro à sociedade e uma vez exterminados teríamos a garantia de que tudo ficava bem. Ou seja, defendia a pena de morte, sim, embora em casos muito específicos, e não da forma gratuita com que muitas vezes é exercida. Dizia-o e considerava, por vezes, que a sociedade se revestia de algum cinismo quando repudiava por completo o meu ponto de vista. Pinochet foi disso um exemplo. A sua morte, há poucos dias, foi motivo de galanteios entre muitos dos que rejeitam taxativamente a pena de morte. Porém, hoje vi a notícia: Saddam Hussein foi executado esta madrugada, eram 3h00 em Lisboa. Tinha sido enforcado, e a informação perturbou-me, gelou-me da cabeça aos pés. Mesmo tratando-se do comprovado e corroborado assassino que foi, a mesquinhez do acto explodiu como uma bomba na razão. Estava ali, a nu, a barbaridade e a crueldade de uma sociedade que parece ter recuado à idade das trevas apenas pela sede de vingança. Senti-me envergonhado. Saddam morreu e não vai fazer falta. Mas não deixo de estar aturdido com a facilidade com que se resolve um problema. Creio que agora sim, sem vergonha o digo, mudei de opinião. Não sou, de forma alguma, a favor da pena de morte.
2 comentários:
Não sei, acho tão querida a ideia de criar um mártir no Médio Oriente… se calhar também altero a minha posição sobre a pena de morte.
Mais uma reparo em http://www.listadecompras.blogspot.com/
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