segunda-feira, maio 14, 2007

A barreira da educação

Campanhas, campanhas e mais campanhas. Fazem-se por tudo e por nada. São inegavelmente úteis e têm por objectivo envolver o público e emocioná-lo face a necessidades que deveriam partir do puro civismo e educação. É esse o ponto: o civismo cria-se na educação, deveria partir das escolas. Não basta dizer que é necessário “ajudar a velhinha a atravessar”. É preciso, isso sim, que os cidadãos possam discernir de forma automática sobre as atitudes certas ou erradas perante uma sociedade que merece respeito.
Mas tudo isto para dizer o quê? Que as campanhas cada vez mais assentam na necessidade de embelezar estatísticas que façam com que um Governo fique bem na fotografia europeia. Campanhas de sensibilização rodoviária para reduzir o número de acidentes (quando o Governo é um dos principais culpados da sinistralidade); campanhas para separação dos lixos, campanhas para pedir factura e combater a evasão fiscal, etc., etc.
Na semana passada, numa sessão de blog zapping, fui parar ao blogue de um dos autores de um filme que me chamou a atenção para esta questão. Num pequeno trabalho de quase quatro minutos e para o qual não terá sido necessário gastar muito dinheiro, faz-se o que ainda não vi campanha nenhuma fazer. Limito-me a partilhar aqui convosco a pequena (grande) produção que reclama civismo numa das questões onde este mais escasseia em Portugal. Só que, lá está, para quê fazer campanhas sobre este assunto se depois o potencial retorno nada tem para mostrar de bonitinho em termos estatísticos?
Subscrevo inteiramente as preocupações de Ana Sofia Moutinho, Catarina Mendonça, David Silva, Marina Fernandes e Pedro Morgado. Fica aqui o meu contributo para motivar o combate a um problema que não é exclusivo de Braga (onde nasceu este projecto), mas que é um cancro do país inteiro. Senhoras e senhores, As Barreiras não se Desculpam, Evitam-se.


2 comentários:

Anónimo disse...

"o civismo cria-se na educação, deveria partir das escolas" - nope, começa em casa. O que me deixa apenas mais preocupado, ou talvez menos esperançado numa mudança de atitudes.
"blog zapping" - vou usar esta, nunca me tinha ocorrido o conceito.
Mas tu afinal queres mudar o mundo? Parece que estás parvo, com a tua idade já devias usar algum cinismo com orgulho e convição.

Ricardo Salvo disse...

Mudar o mundo? Sempre. Conformarmo-nos é coisa apenas para benfiquistas. Quanto ao começar em casa, acho que sim que tens razão. O problema é que alguém fez mal o trabalho no passado, por isso o choque, agora, é em cadeia. Cá por mim, sei bem como vou educar os meus filhos quanto a muitos pontos. Noutros, pedirei ajuda.