sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Os resguardados

Não dou o meu tempo por perdido no debate de ontem, que, aliás, soube a pouco. Mas confesso-me desiludido. Bem sei que para Luís Paixão Martins a tarefa não iria ser fácil, porque cabia-lhe o papel de defender-se de um argumentário que, todos sabíamos, iria resguardar-se no que aparenta ser o mais correcto para quem está de fora do fenómeno fonte/jornalista. É muito fácil dizer que um consultor de comunicação tem o papel de reduzir informação objectiva a soundbytes, forçando os destinatários a consumir informação enviesada. Parece-me demasiada certeza para quem garante nunca ter trabalhado com um consultor de comunicação. Tal como com a experiência que permite a um padre dar aconselhamento sobre matrimónio, Pacheco Pereira opina com uma interessante segurança sobre o que, diz ele, nunca quis ter por perto.
Já se percebe que "facção" defendo, está bom de ver. Por isso esperava mais de um Luís Paixão Martins que permitiu que os raciocínios que partilha connosco no seu blogue tivessem sido usados contra si. Ter-se-á esquecido que Pacheco Pereira é dos líderes de opinião mais inteligentes no uso da palavra e, em momentos de insegurança, resguardou-se no seu sentido de humor, efectivamente brilhante. O post de LPM sobre a necessidade de serviços de comunicação de Pedro Santana Lopes é claríssimo. Perante um Pacheco Pereira que fingiu não ter percebido o seu significado, Paixão Martins não soube defender-se da forma mais esperada, criando-se um sistema em que quem fala por último fica com a (aparente) razão. Um discurso de brincalhão a puxar à gargalhada da audiência não chega para destronar um Pacheco Pereira resguardado numa demagogia fácil de defender. Luís Paixão Martins esqueceu-se que o trabalho mais difícil iria ser o seu.
Tenho pena. Fico-me então pela versão escrita de Luís Paixão Martins, que me parece mais coerente no raciocínio e em bastante maior sintonia com o meu conceito de consultoria de comunicação.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mas do que estavas á espera do paixão martins? o gajo é um zero á esquerda e julga que pela gargalhada e pelo charme ás gajas conquista o mundo.

francisco josé