quarta-feira, novembro 02, 2005

Há coisas de um aborrecimento bárbaro

Se há coisa que não consigo conceber é a razão de algumas taças de sobremesa em alguns restaurantes estreitarem no fundo de tal forma que a colher não cabe. E fica sempre aquele bocadinho que, aposto, é o mais deleitoso. Aliás, se fica ali, sem ser comido, é quase de certeza por ser o naco mais pecaminoso. E não vale a pena debatermo-nos com a situação, porque a colher, nem que seja das mais pequeninas, de chá, não vai mesmo lá ao fundo. Não é uma questão de profundidade, porque aí vocês até poderiam dizer está bem, meu bandalho, mas também podias pedir aos senhores uma de galão. Claro que há sempre a hipótese de usar o rabo da colher, mas, muito francamente, se houvesse um pouco mais de intelecto nestas coisas, tal seria admiravelmente escusado. De repente, só me ocorre aquele tempo em que os meus pais não me deixavam comer a pastilha que estava no fundo do gelado “Epá” e eu não percebia porquê.

4 comentários:

Anónimo disse...

De facto, um tema que merece reflexão.
Porque é que tudo o que é bom é tão difícil de alcançar? Ou por outra, porque é que tudo o que é mais difícil nos parece muito melhor?
Uma dica: espera que o gelado derreta e inclina a taça. Já experimentei e resulta!
Beijos

Ricardo Salvo disse...

E se for uma mousse de manga assim mais para o sólido?

Anónimo disse...

Se assim for, o melhor é esquecer o restinho da sobremesa e prestar mais atenção às pessoas que nos fazem companhia à mesa.
Já tenho saudades tuas!

Anónimo disse...

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