domingo, junho 29, 2008

29 de Junho, 07h00

en CRW_9578 pb O sol das 7h da manhã batia-lhe na cara já com o compromisso de um dia que honraria todas as características consagradas ao Verão. À porta do hospital, mas de ouvidos postos no som dos altifalantes lá de dentro, sabia perfeitamente bem o que queria ouvir. Desta vez seria menos céptico ao nome que ecoaria, ao contrário do que tinha acontecido há apenas oito horas. Não teve de esperar muito. Mais uma vez o regulamento. A habitual ronda médica do fim da madrugada tinha-o obrigado a abandonar a sala de dilatação e o som daquela máquina infernal que media, segundo a explicação dada, um “eventual sofrimento do bebé que possa surgir”. Uma informação que ele tinha agradecido, mas que só veio afiar mais a inquietação com os diferentes vrum trum prums que não sabia decifrar. Nestas coisas ele sabia bem que quanto a informação, não sendo completa, é a grande inimiga da serenidade.

Não chegou a esperar uma hora até que o chamassem, e desta vez já com novo destino dentro do maciço cinzento: a sala de partos. Estava a chegar o grande momento? Em breve, a sua vida iria mudar. A sua alma estava em obras de reestruturação e não haveria de ficar pedra sobre pedra.

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